A Sabedoria de um Asno


Pr. Ismael Narcizo

Na bíblia encontramos uma narrativa, que poderia ser facilmente incluída, entre os clássicos da literatura infantil e receber o título de: “O ambicioso e seu animal falante”.

O curioso episódio aconteceu por causa da obsessão do profeta Balaão por um prêmio terreno, que o fez ser lembrado na carta à igreja de Pergamo (Ap.2:14). Ele perdeu completamente o bom senso, ao receber a promessa de ganhar um “dinheirinho fácil” mas, teria que profetizar maldição contra Israel. Queria ser subornado. Tentou envolver Deus na sua ambição indecente. Só não morreu, porque sua jumenta não deixou. O animal, percebendo o perigo no caminho, empacou. Uma sábia asneira.

O Rei Balaque, inimigo do povo de Israel, queria amaldiçoá-lo, e para isso, mandou procurar o profeta Balaão. Este para sair lucrando, fingiu-se de bom moço. Montou em seu animal, e galopou em direção ao suborno. No caminho, porém, Deus colocou um anjo com uma espada para matá-lo. Mas algo espantoso aconteceu, a jumenta viu o anjo, e esquivou–se dele por três vezes. Por isso, o pobre animal virou saco de pancadas. Neste momento, como em uma fábula, a jumenta falou.
“Então o SENHOR abriu a boca da jumenta, a qual disse a Balaão: Que te fiz eu, que me espancaste estas três vezes? E Balaão disse à jumenta: Por que zombaste de mim; quem dera tivesse eu uma espada na mão, porque agora te mataria. E a jumenta disse a Balaão: Porventura não sou a tua jumenta, em que cavalgaste desde o tempo em que me tornei tua até hoje? Acaso tem sido o meu costume fazer assim contigo? E ele respondeu: Não!” (Num.22:28-31).
Essa história real e verídica também tem sua moral, como aquelas contadas às crianças: Muitos, a exemplo de Balaão, ao receber uma proposta indecorosa para ganhar dinheiro, favores ou vantagens, perdem a noção de juízo, do direito e da licitude. Ficam cegos. Obcecados. Não ouvem a família, amigos, e menos ainda, seus lideres. Rebaixam os valores da fé. Seguem o caminho de Balaão. Caminho do suborno, transgressão e indecência. Sobre isso Pedro diz: "Abandonando o reto caminho, se extraviaram, seguindo pelo caminho de Balaão ao filho de Beor, que amou o prêmio da injustiça". (2 Pd. 2:15)

Armar ciladas diante dos filhos de Deus é próprio do inimigo. "Tudo isso te darei se, prostrado, me adorares". (Mat.4:9). O inimigo quer o bom homem, bom cidadão, bom crente, longe do caminho da verdade e da vida. Preso em sua malha fina. Deus, entretanto, tem maneiras especiais para abençoar seus filhos. Elas se harmonizam com a ética e a fé cristã. Não fazem mal a ninguém. São lícitas e convenientes. Bem afamadas, na terra e nos céus. Como é bonita, honrosa e elegante a vida dos que assim procedem. Num mundo de sonegação e ambição desenfreadas, cabe citar: "Estas coisas diz aquele que tem a espada afiada de dois gumes: Tenho contra ti algumas coisas, pois tens aí os que sustentam a doutrina de Balaão,..." (Ap.2:12b,14).

Amado, quem são as pessoas que te procuram? E quais as pessoas a que tu tens se associado? Quais são seus propósitos? Cuidado, não despreze os alertas de Deus.
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Fonte: FUMAP

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