Como é bom que os irmãos vivam em comunhão!


Assim como a igreja do Senhor não subsiste sem doutrina bíblica, também não pode “caminhar” sem comunhão.

A Bíblia enaltece a importância da unidade dos membros do corpo para a saúde do mesmo (I Co 12:14-17). No corpo de Cristo, o individualismo não deve sobressair à unidade; afinal de contas, reino dividido não prospera (Mt 12:25). E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.

Quando olhamos para o texto de Atos 2:42-47, vemos os primeiros passos dos cristãos primitivos na constituição da Igreja. A Bíblia mostra centenas de pessoas reunidas em torno de um único objetivo: glorificar a Deus. Eles desejavam ser uma Igreja viva para o Senhor. Eles não desejavam realizar uma porção de atividades para que isso os caracterizasse como igreja. Ser uma igreja para glorificar ao Senhor fazia com que eles se reunissem nas casas, onde os cristãos se relacionavam. (...) Aqueles cristãos sentiam as dores e alegrias uns dos outros, tudo através do relacionamento que mantinham uns com os outros.

Os apóstolos não precisavam promover um programa especial, uma campanha, uma reunião dos jovens ou das senhoras para apelar às pessoas que olhassem as necessidades umas das outras. Além disto, os apóstolos não se reuniam para traçar um extenso calendário de atividades espirituais, esportivas e sociais que envolvessem os membros da igreja ou aqueles que dela estivessem afastados. (...)

De quando em quando é bom lembrarmos como vivia a Igreja Primitiva e compará-la com o que vivemos hoje. Eles experimentavam um cristianismo de relacionamento e nós vivemos, muitas vezes, praticamos um cristianismo de atividades.

Ao invés de nos relacionarmos uns com os outros no templo e nas casas, sentindo as necessidades dos irmãos e procurando crescer mutuamente na fé, precisamos que a liderança da igreja marque uma porção de atividades que nos unam para fazermos aquilo que deveria acontecer espontaneamente. (...)

Por exemplo – no último mês, você iniciou um relacionamento com um novo crente e se dispôs a discípula-lo?

Você orou pessoalmente ou por telefone, esta semana, por alguém?
Nos últimos 15 dias, você contou para as pessoas algo que Deus fez em sua vida?
E você sabe quais foram as coisas mais marcantes que Deus fez na vida das pessoas que estão próximas a você na igreja?

A orientação Bíblica

Voltando ao texto base deste artigo. “O Senhor vos aumente, e vos faça crescer em amor uns para com os outros e para com todos, como também nós para convosco, a fim de que seja o vosso coração confirmado em santidade, isento de culpa, na presença de nosso Deus”. (I Ts 3:12-13) O apóstolo Paulo tinha enorme preocupação com a igreja em Tessalônica. Prova disso é que ele havia enviado Timóteo para confortá-la e exortá-la acerca da sua fé (I Ts 3:2). Paulo não pôde ir a Tessalônica, mas pôde orar pelos tessalonicenses. Na sua oração, ele suplicou a Deus que a igreja tivesse uma fé madura, amor fraterno e santidade na presença de Deus (v.10-13). O velho apóstolo sentia saudade daqueles irmãos, a ponto de orar dia e noite, a fim de contemplar-lhes novamente o rosto (v.10). Paulo entendia a importância da comunhão na prática. Nós também precisamos ter esta consciência. Para que isso aconteça, vamos analisar alguns aspectos da comunhão segundo a orientação do Senhor.

O significado da comunhão

No meio do povo de Deus, a palavra comunhão não é algo incomum (ou, ao menos, não deveria ser). A palavra comunhão, que aparece em nossas Bíblias, é a tradução do termo grego Koinonía. Esse termo descreve aquilo que temos em comum, o que compartilhamos como crentes em Cristo. Infelizmente, há muitos cristãos pensando que não necessitam da igreja para ter comunhão. Vez ou outra ouvimos alguém dizer: “Não preciso ir à igreja, pois posso adorar a Deus na minha própria casa”.

Ledo engano! Ler a Bíblia não é suficiente para se ter comunhão; orar sozinho não é suficiente para se ter comunhão; louvar a Deus sozinho também não é sinônimo de comunhão. Não é possível compartilhar amor no isolamento. A comunhão não é apenas vertical (entre nós e Deus), mas também, horizontal (entre nós e nossos irmãos). Ela não é individual, mas coletiva; não gira em torno de uma pessoa, mas de pessoas. Comunhão tem a ver com generosidade, que foi adotada pela igreja primitiva, “pois os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum. Vendendo suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade” (At 2:44-45). Comunhão, ou Koinonía, é uma parceria de doação mútua que visa à edificação, à maturidade dos envolvidos para alcançarem a semelhança com Cristo, ou seja, a santificação (Ef 4:11-16).3

A iniciativa da comunhão

A iniciativa da comunhão não é humana, mas divina. Deus é o principal exemplo de comunhão. O versículo 12 de I Tessalonicenses 3 reforça, ainda mais, essa afirmação. Ali está escrito: “O Senhor vos aumente, e vos faça crescer em amor uns para com os outros e para com todos, como também nós para convosco, a fim de que seja o vosso coração confirmado em santidade”. A Triunidade divina (Pai, Filho e Espírito Santo) mostra-nos a essência da unidade. Agora, veja como o apóstolo Paulo prossegue: “como também nós para convosco” (v.12). Deus toma a iniciativa e nós o imitamos. Deus ama as pessoas para que elas amem ao próximo.

A generosidade tem sido sempre uma característica do povo cristão, porque nosso Deus é generoso. Se ele dá tudo de graça, se nosso Pai é generoso, seus filhos também devem ser generosos. Aprendemos a perdoar porque Deus nos perdoou primeiro (Cl 3:13). Momentos antes de sua prisão, Jesus havia feito a seguinte oração: “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós” (Jo 17:21). Tem você se esforçado para ser um com o seu irmão? Tem você renunciado o egoísmo e o individualismo em nome da unidade no corpo de Cristo? Imitemos o Mestre Jesus.

A solidariedade da comunhão

A auto-suficiência não deve fazer parte da nossa vida cotidiana. Por mais que tentemos, nunca conseguiremos viver sem depender das pessoas, pois não somos capazes de tudo (II Co 3:5). Gostemos ou não, invariavelmente todos nós dependemos dos outros. Precisamos de amizade, afeto, amor. Não é uma questão de opção de vida nem de sentimentalismo. Faz parte do kit de sobrevivência de nossa espécie. Precisamos de alguém. Assim como você, as demais pessoas também almejam um ato solidário. Na igreja, em casa, no trabalho e na escola, há pessoas precisando de companhia, de uma palavra motivadora, de um conselho, etc. Comunhão sem solidariedade não é comunhão. Como é bom podermos contar com os nossos irmãos! Como é motivador termos a certeza de que, nos momentos mais difíceis da vida, há alguém orando em nosso favor, dia e noite, assim como fazia o apóstolo Paulo para com a igreja em Tessalônica. Você pode fazer mais por uma pessoa de joelhos, orando por ela, do que trabalhando para ela. Ainda há tempo para nos preocuparmos com o semelhante; ainda há tempo para nos unirmos; ainda há tempo para imitarmos a igreja primitiva, por meio da generosidade. É pela comunhão que compartilhamos as cargas uns dos outros e cumprimos a lei de Cristo (Gl 6:2).

A pureza da comunhão

Observe o texto: “Ele se entregou por nós a fim de nos remir de toda a maldade e purificar para si mesmo um povo particularmente seu, dedicado à prática de boas obras” (Tt 2:14). Cristo é puro; a sua igreja deve ser pura; a comunhão é pura. Isso significa dizer que em nossas relações fraternais, devemos prezar pelo bem do outro. Cristo conhece os corações e sabe quais são as nossas verdadeiras motivações em nossos relacionamentos. A comunhão não é baseada no engano, nas lisonjas, nas intenções impuras ou na maledicência, mas, sim, na pureza. Cristo morreu não só para nos redimir de toda iniquidade, mas também para reunir e purificar, para si mesmo, um povo entusiasmado pelas boas obras. O alicerce da comunhão bíblica é o amor, e este não faz mal a ninguém porque é puro! Todos precisamos ter consciência de que “o amor não se porta com indecência, não busca os seus interesses (...) não folga com a injustiça, mas folga com a verdade” (I Co 13.5,6). Quando falamos de “verdade”, estamos nos referindo à sinceridade e justiça no relacionamento. Todos pecamos e temos defeitos; porém, devemos examinar a nós mesmos, antes de “jogarmos pedras no telhado alheio”. Aqueles que gostam de observar os pecados dos outros, normalmente, escondem os seus próprios. Tenhamos pensamentos puros e olhemos para as pessoas com amor.

O propósito da comunhão

Observemos o texto básico mais uma vez: “O Senhor vos aumente, e vos faça crescer em amor uns para com os outros e para com todos, como também nós para convosco, a fim de que seja o vosso coração confirmado em santidade, isento de culpa, na presença de nosso Deus” (I Ts 3:12-13). Como podemos ver, a comunhão nos leva à santificação. Diante disso nos vem uma pergunta:

É possível haver santificação sem comunhão?

Hebreus 12:14 responde: “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”. Note que antes do termo “santificação” vem a expressão “segui a paz com todos”. Esta é interligada àquela.

Ainda há facções minando as forças espirituais de muitos crentes. Há corações machucados e amargurados. Há muitos relacionamentos em crise, no meio do povo de Deus. Por incrível que pareça, muitos dos que se encontram nessas condições, pensam que está tudo bem! Eles continuam a orar, ofertar, ir à igreja e, por conta disso, acreditam estar no caminho da santificação; contudo, estão a caminho de um precipício que leva à morte. Na presença do nosso Deus devemos estar isentos de culpa. Cristo nos alerta: “deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai conciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem apresentar a tua oferta” (Mt 5:24).

Não há como avançarmos na santificação pessoal, se não vivermos em comunhão com nossos irmãos! A comunhão é um presente de Deus para nós. A igreja é uma família em que devemos construir pontes de amizades e não muralhas de separação. A igreja é a comunidade do amor, da aceitação, do perdão, da restauração. Seremos conhecidos como discípulos de Cristo pelo amor (Jo 13:34,35). Somente em Cristo alcançaremos paz com todos. Nós formamos o povo pelo qual Cristo morreu. Ele é o bom pastor que deu a vida pelas ovelhas (Jo 10:11). Lugar de ovelha é no aprisco, junto ao bom Pastor. Há muitas ovelhas dispersas neste mundo; contudo, Cristo quer juntá-las novamente, a fim de que não mais fiquem sem comunhão (Jo 10:16).




Aplicando o ensino Bíblico

Sejamos santos na comunhão evitando a maledicência

A Bíblia repudia a maledicência: “mas agora despojai-vos também de tudo isto: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca; não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do homem velho com os seus feitos” (Cl 3:8-9). Quem deseja crescer na santificação pessoal, deve ouvir mais e falar menos. Devemos agir com sabedoria para não incorrermos no erro de quebrarmos os laços da comunhão construídos por Cristo. Difamar os outros causa terríveis prejuízos aos relacionamentos. Ao invés de difamar, devemos elogiar e motivar as pessoas, olhando para as suas qualidades. Sejamos puros no falar (Cl 4:6).

Sejamos santos na comunhão praticando a intercessão

“Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em mim, e eu em ti; que também eles sejam um em nós” (Jo 17:21). Jesus se importa com a nossa comunhão. A oração dele para conosco não tem objetivos materialistas, mas espirituais; não tem fins individualistas, mas comunitários. Ele orou por você! Ele orou por nós! Oremos uns pelos outros; humilhemo-nos, perante Deus, em favor dos nossos irmãos. Se há dificuldade de comunhão em nosso meio, roguemos ao Senhor para que sejamos um com ele e com os outros. Busquemos a unidade em Cristo. Lembre-se: “a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tg 5:16).

Sejamos santos na comunhão liberando o perdão

Paulo tinha um coração perdoador. “E a quem perdoardes alguma coisa, também eu; pois, o que eu também perdoei, se é que alguma coisa tenho perdoado, por causa de vós o fiz na presença de Cristo, para que Satanás não leve vantagem sobre nós” (II Co 2:10). Não somos perfeitos. Todos nós podemos errar; todos nós estamos sujeitos, em algum momento da vida, a ferir e ser feridos. A comunhão será plena, se houver perdão. Não é possível haver comunhão, se não houver corações dispostos a perdoar. É possível que haja rachaduras no seu relacionamento para com a família, amigos, etc. Porém, por meio do perdão, essa situação poderá mudar para melhor. Perdoe e seja vitorioso sobre Satanás!

Agora ficamos diante de um grande desafio: mudança.

É possível que não sejamos perfeitos em nossos relacionamentos; porém, devemos sempre estar em busca da perfeição. Hoje somos chamados por Deus a mudar de atitude. Somos chamados à santificação na comunhão evitando a maledicência, praticando a intercessão e liberando o perdão. Você acha impossível passar por essas mudanças? Saiba que Cristo é especialista em realizar o impossível. Cristo pode e quer transformar você. Ele vai restaurar a sua comunhão.


Fonte:
DEC - Jailton Souza
PCamaral

8 comentários:

  1. Olá meu amado irmão...paz do Senhor. Fico muito feliz em saber que além de acessar o nosso blog www.jailtonsousa.blogspot.com também está divulgando o nosso conteúdo. Fique a vontade, pois é um grande prazer...

    abraço do seu irmão em Cristo,

    Jailton Sousa

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  2. Ameeeeeeeeeeeeeeem

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  3. obrigado estudo maravilhoso ainda mais vamos apreendendo uns com os outros para sim chegar em um só pesamento viver em comunhão e santidade com nossos irmão em Cristo Jesus..

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  4. ótimo blog, Deus abençõe, Santo .

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