Adão e Eva o primeiro casamento da humanidade

Ilustração de Adão junto com Eva o primeiro casamento da humanidade

Adão vivia num mundo maravilhoso! O jardim do Éden era um lugar de beleza indescritível! O que mais ele poderia desejar? Ali, Adão podia apreciar a beleza das árvores agradáveis à vista, deliciar-se com o burburinho das águas cristalinas dos rios que cruzavam o Éden e davam um toque a mais de beleza ao ambiente. E o que dizer do canto dos pássaros, que enchia o ar de romantismo? À primeira vista, parecia que não faltava nada a Adão. Porém, diz a Bíblia, que não se achava uma ajudadora que fosse como sua outra metade (Gn 2:20). O que Deus fez?

Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea. (Gn 2:18)

Analisando o relato bíblico

O trecho bíblico de Gênesis 2:18-24 ensina-nos que o casamento “nasceu no coração de Deus quando não havia ainda legisladores, leis, Estado ou igreja”. Deus, que sonda os corações, sabia que, no peito Adão, a solidão o sufocava. Não é bom que o homem esteja só (Gn 2:18a) foi a observação que Deus fez. Pouco tempo depois, ele proveu a Adão uma companheira, instituindo, assim, o casamento. Foi o primeiro da história humana! Analisando esse relato bíblico, temos muito a aprender sobre o casamento no plano original de Deus. Vejamos na sequência.

1. Os propósitos do primeiro casamento

Deus tinha, pelo menos, três propósitos em mente, quando realizou o primeiro casamento.

1.1 - Resolver o problema da solidão.

O casamento foi a forma que Deus usou para resolver o problema da solidão humana. Entretanto, seria um grave erro restringirmos a frase: Não é bom que o homem estejam só (Gn 2:18) ao contexto do casamento. A solidão não é boa. Deus nos fez seres sociais. A amizade também é um dom de Deus. Com a criação de Eva, Deus deu a Adão alguém com quem se relacionar, conversar, dividir alegrias, descobertas, etc. Além de resolver o problema da solidão,

1.2 - Oferecer companhia adequada para o homem.

Nos versículos 19 e 20 de Gênesis 2, lemos que Deus trouxe todos os animais diante de Adão para que ele pudesse nomeá-los. Segundo Wiersbe, [WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico expositivo: AT. Santo André, SP: Geográfica, 2006, vol. 1.]
, sem dúvida, os animais passaram diante dele em pares, e, talvez, Adão tenha se perguntado: “Por que eu não tenho uma companheira?”. Ao invés de lhe conceder um animal, Deus, com uma parte do corpo de Adão, formou uma auxiliadora à altura dele (Gn 2:18), capaz de compreendê-lo e ajudá-lo.

1.3 - Proporcionar amor mútuo.

A mulher foi o presente de Deus para o homem. Adão deve ter ficado boquiaberto com a beleza estonteante de Eva. Ela deve ter sido a mulher mais bela do universo. Feita pelas mãos do próprio Deus! Esculpida por ele. Diante dela, Adão declama o primeiro poema de amor da história: Agora sim! Esta é carne da minha carne e ossos dos meus ossos. Ela será chamada mulher porque Deus a tirou do homem (Gn 2:23).

Ela foi feita dele, para ele. Eles pertenciam um ao outro e foram feitos para se amarem mutuamente. Sempre! É bom frisarmos, aqui, que, apesar de Eva ter sido criada para Adão, como lemos em I Coríntios, capítulo 11, versículo 9, não devemos supor uma importância menor da mulher, “mas sim que existe uma diferença de papéis desde o início”. Além do mais, a expressão auxiliadora idônea (Gn 2:18) não sugere, em hipótese alguma, sentido de inferioridade. A diferença entre os homens e as mulheres está nos papéis e não na importância. Ambos são iguais para Deus.

Pois bem, depois de analisar os propósitos, passemos, agora, a analisar as características do casamento, no plano original de Deus.

2. As características do primeiro casamento

Com o crescente ataque que o casamento tem sofrido nos nossos dias, é bom relembrarmos sua base bíblica. Com base em Gênesis, capítulo 2, versículo 24, veremos seis características bíblicas desse relacionamento.

2.1 - O casamento deve ser uma união heterossexual.

Esse texto é bem claro: O casamento é a união entre um homem e uma mulher. O homossexualismo desonra e distorce os planos de Deus para a humanidade e é claramente condenado e reprovado nas Escrituras (Lv 18:22-29; Dt 23:17-18; Rm 1:26 28).

2.2 - O casamento deve ser uma união monogâmica.

Em Gênesis 2:24, é um homem e uma mulher, ambas as palavras estão no singular. Deus criou um homem e uma mulher. Tanto a “poligamia” (um homem com várias mulheres) quanto a “poliandria” (uma mulher com vários homens) estão fora do padrão de Deus para o casamento.

2.3 - O casamento deve ser uma união exclusiva.

O texto diz: ...deixará o homem seu pai e sua mãe. O marido tem de viver para a esposa e a esposa para o marido. Um casal dividido entre o casamento e os pais terá problemas sérios. É bom ponderarmos que o texto não ensina o casal a ignorar ou descuidar dos pais; porém, mostra que a prioridade de um, com o casamento, passa a ser o outro.

2.4 - O casamento deve ser uma união indissolúvel.

O casamento tem que durar por toda a vida. O relato bíblico diz: unir-se-á à sua mulher. A palavra “unir”, no hebraico, significa cimentar. O casamento deve ser para sempre! (Mt 19:6b). Apesar de a Bíblia permitir o divórcio, em uma ou duas situações bem definidas, não podemos confundir “permitir” com “aprovar”. Foi por causa da dureza dos corações, mas no princípio não foi assim (Mt 19:8). Apesar de a sociedade atual fazer apologia do divórcio, ele continua sendo uma coisa horrenda aos olhos de Deus: Eu odeio o divórcio, diz o Senhor (Ml 2:16 – NVI). O divórcio é a apostasia do amor. Não existe divórcio sem dor, sem sofrimento. O perdão ainda continua sendo a melhor saída. “Deus planejou que os laços matrimoniais deveriam ser terminantemente indissolúveis”.

2.5 - O casamento deve ser uma união pública.

Ao casarem, homem e mulher precisam deixar os pais. Esse “deixar” que o texto apresenta também indica uma ocasião social e pública. A família, a sociedade, os amigos, todos devem saber o que está acontecendo.

2.6 - O casamento deve ser uma união física.

O versículo encerra-se da seguinte forma: ...e serão os dois uma só carne (Gn 2:24). A expressão uma só carne se refere à união sexual e revela a pureza e a santidade do sexo dentro do casamento. O que, para os solteiros, é proibido, para os casados, é ordenado! Não vos priveis um ao outro (I Co 7:5). Pois bem, como vimos neste segundo bloco, com base em Gênesis 2:24, o casamento deve ser: Heterossexual, monogâmico, exclusivo, indissolúvel, público e físico. Vejamos, agora, na seqüência deste estudo, alguns cuidados que devemos tomar no casamento.

Aplicando o conhecimento Bíblico

1. No casamento segundo o plano original de Deus, a união precisa ser mostrada.

Como já mencionamos no comentário anterior, um dos propósitos de Deus com o casamento é oferecer companhia adequada. Deus proveu para Adão uma companheira para colaborar com ele, viver em comunhão, ser uma só carne. Milhares de anos se passaram, desde que isso aconteceu, mas a vontade de Deus não mudou. Junto, o casal é mais forte! É triste constatar que alguns casais vivem em pé de guerra, num campo de batalha. O casamento é regado por intrigas e discussões. Mas não se engane, no casamento segundo o plano original de Deus, a união precisa ser mostrada. Onde há união, o Senhor ordena benção e vida para sempre (Sl 133:3).

2. No casamento segundo o plano original de Deus, a aliança precisa ser mantida.

Hoje em dia, está cada vez mais fácil casar e cada vez mais difícil manter o casamento. A aliança feita, no dia do casamento, de amar e respeitar, na doença e na saúde, na riqueza e na pobreza, na prosperidade e na adversidade, até que a morte os separe, é quebrada com frequência, na nossa sociedade. Em alguns países, 50% dos casamentos terminam em divórcio. Porém, no casamento segundo o padrão de Deus, a aliança deve ser mantida. Nenhum homem pode separar o que Deus ajuntou (Mt 19:6). Se o seu casamento está por um fio, lembre-se: O perdão continua sendo melhor caminho.

3. No casamento segundo o plano original de Deus, o amor precisa ser cultivado.

Deus fez a mulher de uma parte do homem (Gn 2:21) para nos ensinar que, dentro do casamento, tanto a esposa é incompleta sem o esposo quanto o esposo é incompleto sem a esposa. Os dois foram feitos para amar-se mutuamente. Por isso, dentro do casamento, o amor precisa ser cultivado. Só o verdadeiro amor supera as crises! Só o verdadeiro amor não naufraga diante das tempestades: As muitas águas não podem apagar este amor, nem os rios afogá-lo (Ct 8:7). Paulo disse que os maridos devem amar suas esposas como partes de si próprios, e concluiu: Ninguém odeia o seu próprio corpo, mas dele cuida com todo amor (Ef 5:29). Cultivemos o amor!

Concluindo

Você conhece alguém que está com o seu casamento abalado pelas muitas águas, que, constantemente, insistem em apagar o verdadeiro amor? Alguém que está com o seu casamento fora daquele que é o plano original de Deus para essa união? Se a resposta for sim, diante de tudo o que você acabou de estudar, não deixe de orar por esse casal. Se for o caso, visite-o, fale sobre os propósitos, as características e os cuidados do casamento segundo o plano original de Deus. Quem sabe Deus não pode usar você como facilitador para ajudar esse casal! Entretanto, se o problema é com você, chame o seu cônjuge, conversem, orem, reafirmem sua aliança entre vocês mesmos e com Deus. Faça isso o quanto antes!

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