O Evangelho Que a Igreja não Quer Ouvir

Publicado originalmente em Reflexões Teológicas

Por Marcos Aurélio Dos Santos

Como igreja do Senhor Jesus recebemos a árdua missão de anunciar as boas novas do evangelho (Mc.16.15), ensinado-os a guardar seus ensinamentos sobre amar a Deus acima de todas as coisas e amar ao próximo como a si mesmo, que por sua vez fixados na mente e enraizado no coração, produzirá verdadeiras testemunhas de Cristo.

Discípulos que não se envergonham de sua palavra (Mc.8.38;Lc.9.26), que renunciam a si mesmo por amor ao Reino (Mt. 16.25;Lc.14.33;Tit. 2.12) que aguardam ansiosamente a sua vinda(1Cor.1.7;Hb.9.28). Em fim, a igreja fiel e missionária não medirá esforços para cumprir sua missão de igreja como agente da graça de Deus, refletindo em seu estilo de vida o amor de Jesus. No geral, este é o evangelho pregado por Jesus de Nazaré e seus apóstolos, e que deve ser pregado e ouvido pelos evangélicos.

No entanto, observa-se que uma considerável parcela da igreja evangélica brasileira prefere ouvir outro evangelho, uma pregação de conveniência, que venha satisfazer o desejo das massas. Os temas geralmente abordados na maioria das vezes estão relacionados, quando não, totalmente focados em recebimentos de bênçãos materiais. Raramente é pregado temas fundamentais do cristianismo como arrependimento, santificação, justificação, vinda de Cristo, sofrimento e outros. Aguardam nos acentos das igrejas uma mensagem satisfatória que vá de encontro às suas expectativas e necessidades.

A não valorização do ensino, a falta de reflexão da palavra e dedicação à oração, produz igrejas cada vez mais alienadas, sem compreender profundamente sua própia identidade cristã, que por sua vez tem sérias dificuldades em saber quem é Jesus. Para muitos, Jesus é visto como profeta (O que opera milagres) (Mc.8.28), o mestre ( Jo.3.), ou alguém que veio para suprir as necessidades materiais das pessoas (Jo.6.26). A igreja hoje vive uma séria crise de identidade, não compreendendo de fato qual é a sua missão.

Como diz o teólogo e filósofo Ariovaldo Ramos, "esta é a igreja das multidões". O resultado é um grande ajuntamento de pessoas com a finalidade não de adoração, mas de recebimento de benção. Trilhar no caminho do erro certamente trará grandes males à igreja. Tal atitude tende a desenvolver uma igreja doente com sérias deficiências espirituais. Apresentará em seu diagnóstico joelhos descaídos (Hb.12.12), falta de convicções fundamentadas nas escrituras, demonstrando sua fraqueza e imaturidade. Caso não haja arrependimento, crescerá deficiente. Como diz o Dr. Augustus Nicodemos Lopes: "A igreja brasileira é uma igreja que cresce e se desenvolve sem espinha dorsal."

O resultado é a produção de igrejas imaturas, que de forma gradativa, estão sendo levadas pelas novas “falsas doutrinas” que tem surgido nos últimos tempos. Muitos preferem não ouvir o que Cristo quer falar a Igreja, se esforçam em ouvir o que o seu próprio coração deseja. Nisto, ficam incomodados (não inquietos), com a pregação do arrependimento, do amor, da renuncia. É o evangelho que a igreja não quer ouvir.

Hernandes Dias Lopes em seu Livro, “Ouça o que o Espírito diz às Igrejas” diz: "Estamos vivendo uma crise de integridade na igreja. Há um abismo entre o que pregamos e o que vivemos; entre o que falamos e o que praticamos. A igreja tem discurso, mas não tem vida; tem carisma, mas não tem caráter; tem influência política, mas não poder espiritual. Há uma esquizofrenia instalada em nosso meio. Tornamo-nos uma igreja ambígua e contraditória, em que o discurso mascara a vida, e a vida reprova o discurso."

A pregação do evangelho tem como alvo causar transformações profundas no coração dos homens. Seu poder nos leva a refletir sobre nossa condição de pecadores dependentes de sua maravilhosa graça, levando-nos a uma percepção mais aguçada de nossas fraquezas, limitações e de nossa incapacidade de alcançar a salvação, onde somos de maneira maravilhosa, atraídos pela sua graça, para assim participarmos de seus grandiosos benefícios.

Sabendo Deus de nossa limitação e incapacidade de se aproximar d'Ele, enviou seu filho Jesus Cristo para que através do milagre da encarnação possamos chegar mais perto do Eterno. Assim, uma vez justificados pelo seu sangue derramado no madeiro, temos reconciliação com ele, livre de toda culpa. (Rm.3.24;5.1,9;1 Cor.6.11;Gl.2.16).

É a graça de Deus que é anunciada a todos os povos, línguas e nações, que transforma o mais vil pecador em nova criatura, lavada , remida e liberta pela poderosa pregação do evangelho. Graça cheia de perdão, misericórdia, acolhimento paterno e bondade. Este é o evangelho que Deus quer que a igreja abra os ouvidos para ouvir.

Devemos refletir seriamente sobre as palavras de Jesus endereçadas às igrejas da Ásia menor quando diz que devemos estar atentos para ouvir o que o Espírito diz às igrejas (Ap.2.17,2.29,3.6,13,22,13.9). Não ouvir o evangelho implica em não participar das bem aventuranças que Deus tem para a igreja (Mt.5.4-13).

Que possamos com espírito de humildade e mansidão escutar com os ouvidos e ouvir com o coração o que Deus quer falar para nós e nos libertarmos de toda motivação antropocêntrica, para que possamos receber a palavra de Cristo e praticá-la. Ao Nosso Deus Toda a Glória!

Fonte de pesquisa: Bíblia eletrônica NVI (Nova versão internacional)

Fonte: Reflexões Teológicas compartilhado no PCamaral

2 comentários:

  1. Que artigo abençoado! Amado irmão em Cristo, tenha certeza de que muito alegrou-se em mim o espírito que dos céus desceu para aqueles que crêem no Senhor Jesus!!! Que o senhor Jesus continue te ajudando em tudo... que a paz seja contigo.

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    1. Amém! Glórias a Deus que lhe trouxe edificação! Deus continue lhe abençoando!
      A paz do Senhor Jesus!

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