O que está faltando em nossos púlpitos?

Que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. (2 Timóteo 4:2-4)

Por R.C. Sproul Jr

Primeiramente, precisamos saber de quais púlpitos estamos falando. O mundo está cheio de “púlpitos” com homens e mulheres que não possuem a coisa mais importante – a presença do Espírito Santo. Isto é, os púlpitos em muitas igrejas não são verdadeiramente “nossos” porque estão marcados por uma incredulidade fundamental. Foi por isso que J. Gresham Machen sabiamente intitulou sua grande obra “Cristianismo e Liberalismo”, onde ele afirma que Cristianismo e Liberalismo são dois animais diferentes e que não existe algo como “Cristianismo Liberal”.

Assim, talvez seja melhor perguntarmos o que é mais necessário nos púlpitos evangélicos. Em primeiro lugar, claro, está o evangelho. E nossos púlpitos estarão cheios do evangelho quando estiverem cheios da Bíblia. Precisamos de sermões que exponham o livro das boas novas da obra de Cristo em nosso favor.

Há, contudo, mais uma coisa faltando: coragem. É seguro dizer que a maioria dos membros de igreja na maioria das igrejas evangélicas ouviu pelo menos a boa notícia de que Jesus veio para salvar pecadores. É ainda mais certo que todos que ouvem a pregação da Palavra em uma igreja evangélica estão cientes de que são pecadores. É absolutamente certo, no entanto, que ninguém está suficientemente consciente da profundidade, da abrangência e do poder do seu pecado, nem suficientemente consciente da profundidade, da abrangência e do poder da graça de Deus. Não sabemos nem do que fomos salvos e não para o que fomos salvos.

É por isso que precisamos de coragem. Precisamos de pastores que vão aos púlpitos já tendo visto e usado a Bíblia como um espelho para seus próprios pecados. Precisamos de pastores que, pela graça de Deus, veem seus próprios pecados pelo que eles são, e que pregam confiantes no conhecimento de que seu rebanho não é nem mais nem menos pecador do que ele é. Conhecendo seu pecado, ele prega contra o seu pecado. Ele não se esconde dele, mas o apresenta para que todos vejam. Porque ele está falando para o seu próprio pecado, outros podem ouvi-lo. Porque seus pecados são os mesmos daqueles que estão sob seu cuidado, ele fala para os pecados dos outros.

A coragem para falar para os nossos pecados, contudo, está alicerçada em uma confiança no evangelho. Um pastor é capaz de olhar diretamente para seu próprio coração de trevas por causa da luz do evangelho. Ele pode encarar aquilo que ele é à medida que ele é capaz de abraçar completamente as promessas do evangelho. Precisamos de pastores que não estão meramente aliviados de que seus pecados foram cobertos, mas que estão transbordando de alegria por saber que foram adotados. Precisamos de pastores que não apenas sabem que pela graça dEle escaparam do fogo do inferno, mas que sabem que eles O verão como Ele é, e então se tornarão como Ele.

A igreja precisa de pregadores que tenham a coragem de crer não apenas nas glórias do evangelho, mas na suficiência do evangelho. Não precisamos de mais estudos de concordância bíblica. Não precisamos de mais erudição. Não precisamos de mais histórias. Não precisamos de mais genialidade homilética. Precisamos de mais coragem para pregar mais o evangelho. Porque Jesus muda tudo.

Traduzido por Alex Daher | iPródigo.com | Original aqui | Compartilhado no PCamaral

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