Quem precisa de restauração?

Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor, e envie ele a Jesus Cristo, que já dantes vos foi pregado. O qual convém que o céu contenha até aos tempos da restauração de tudo, dos quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princípio. (Atos 3:19-21)

Por Ricardo Barbosa de Sousa

Façamos uma viagem no tempo e no espaço. Vamos para a cidade da Babilônia, às margens do rio Eufrates, onde hoje é o Iraque, e para o ano de 516 antes de Cristo. Os judeus deportados para vários pontos do antigo Império Babilônico, que há muito não tocavam suas harpas nem cantavam seus salmos por causa da nostalgia, agora estão alvoroçados e arrumando as malas. A profecia se cumpriu e eles começam a voltar para Israel depois de 70 anos de exílio.

Todos estavam cientes da humilhação pela qual seus pais e avós passaram quando o poderoso Nabucodonozor, rei da Babilônia, cercou Jerusalém, derrubou os seus muros, incendiou o templo, o palácio real, todas as casas e todos os edifícios e levou para o exílio na Babilônia quase toda a população, deixando na cidade apenas os mais pobres do país. Eles sabiam que a fome fora tanta que bebês e crianças desmaiavam nas esquinas de todas as ruas (Lm 2.19) e que, “com as próprias mãos, mulheres bondosas cozinhavam seus próprios filhos, que se tornavam sua comida” (Lm 4.10). Porém, agora, seus olhos deixam de fixar a amargura de ontem para fixar aquilo que podia dar-lhes esperança (Lm 3.21).

O que gerou neles sólida esperança foram as ternas palavras de Deus contidas no livro de Jeremias. O Senhor promete aos retornados da Babilônia tudo aquilo de que eles mais precisavam: amor, perdão, libertação, cura, pastoreio, reconstrução, renovação da aliança, do ânimo e da alegria. Mais de 40 mil homens e 8 mil servos e servas (Ed 2.64; Ne 7.66) deixaram a Babilônia e foram para Israel. Entre eles havia cantores e cantoras. Com eles foram as harpas e as liras que estavam penduradas nos galhos dos salgueiros às margens dos rios da Babilônia (Sl 137.2, NBV).

Entre as comoventes promessas de restauração feitas pelo misericordioso Deus, destacam-se estas (todas estão no livro de Jeremias):

Povo de Israel, eu sempre os amei e continuo a mostrar que meu amor por vocês é eterno (31.3).
O meu coração se comove, e eu certamente terei misericórdia de vocês (31.20).
Eu perdoarei os seus pecados e nunca me lembrarei das suas maldades (31.34).
Eu trarei os descendentes de Jacó de volta e terei misericórdia de cada família. Jerusalém será construída de novo, e no palácio morará gente outra vez (30.18).
Eu lhes darei saúde novamente e curarei as suas feridas (30.17).
Eu animarei os cansados e darei comida a todos os que estão fracos de fome (31.25).
Eu mudarei o seu choro em alegria e a sua tristeza em prazer (31.13).
Quando eu os trouxer, eles virão chorando e orando. Eu os levarei à beira das águas correntes, por uma estrada plana onde não tropeçarão (31.9).
Eu construirei de novo a nação. Mais uma vez vocês pegarão os seus tamborins e dançarão de alegria (31.4).
Quando esse tempo chegar, eu farei com o povo de Israel esta aliança: Eu porei a minha lei na mente deles e no coração deles a escreverei (31.33).

A restauração de Israel é um forte lenitivo para a nação, a igreja e a família que precisam de uma igual experiência.

Ricardo Barbosa de Sousa é pastor da Igreja Presbiteriana do Planalto e coordenador do Centro Cristão de Estudos, em Brasília. É autor de “Janelas para a Vida” e “O Caminho do Coração.”

Fonte: Ultimato | Compartilhado no PCamaral

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